Uma feira é um
evento em um local público em que as pessoas, em dias e épocas predeterminados,
vendem mercadorias.
Pode ser, ainda, uma
exposição (comercial, industrial, cultural, tecnológica ou recreativa) ou um parque de diversões.
As referências a feiras
na Idade Antiga e na Idade Média aparecem correlacionadas
a festividades religiosas e a dias santos.
A palavra latinaferia, que significa "dia
santo ou feriado", é a palavra que deu origem à portuguesa "feira", à espanhola "feria" e à inglesa "fair".
Na Idade Média, a afirmação das feiras
medievais indica o momento em que ressurge o comércio na Europa, associando-se à afirmação do poder régio, à génese dos burgos e da burguesia enquanto classe social.
As feiras foram
chamadas de "burgos", em virtude de seus muros fortificados, e os
habitantes de "burgueses", termo que posteriormente se aplicaria
especificamente aos comerciantes enriquecidos com a sua prática.
Durante a realização das
feiras medievais, interrompiam-se guerras; a paz era garantida para que os
vendedores, dispostos lado a lado, pudessem trabalhar com segurança.
A ocasião era aproveitada
por saltimbancos e outros artistas de rua, que procuravam atrair a atenção e
a generosidade da população que afluía a esses eventos, quer para comerciar,
quer para simplesmente se distrair.
O renascimento do
comércio tornou necessário o uso da moeda, nas feiras, que atraíam pessoas de vários lugares, havia
uma grande variedade de moedas em circulação, o que desenvolveu os bancos e o câmbio.
Feiras em Portugal
O crescimento económico e
demográfico dos séculos XII e XIII, no território que viria
a constituir Portugal, permitiu a criação de excedentes, que eram objecto de escoamento
nos mercados e feiras. As feiras foram uma das mais importantes instituições do
período medieval em Portugal. Como no restante da Europa.
Importa distinguir a
feira - que tinha lugar anualmente, destinando-se ao comércio grossista e de
grande distância -, do mercado, com uma ocorrência semanal ou mensal, voltado
para o mercado retalhista.
Quase todas as feiras se
realizavam em épocas relacionadas com festas da igreja Católica e, no local onde se
realizavam, existia uma paz especial, a chamada "paz da feira", que
proibia todos os actos de hostilidade, sob severas penas em caso de transgressão.
No século XVIII ainda se instituíram
feiras. Apesar de todas as vicissitudes, algumas feiras tradicionais
sobreviveram até os nossos dias, como é o caso da feira de Espinho, às segundas-feiras; da feira dos Carvalhos, às quartas; ou da feira da Senhora da Hora aos sábados. .l.
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